Foram anunciados na noite deste sábado, dia 28, os filmes premiados na 15ª Mostra de Cinema de Tiradentes. Pelo quinto ano consecutivo, o Júri Jovem e o Júri da Crítica escolheram cada um seu Melhor Filme entre os longas apresentadas dentro da Mostra Aurora, seção dedicada a diretores em início de filmografia. Além disso, os curtas-metragens da Mostra Foco também foram avaliados por esse mesmo Júri da Crítica. Já o tradicional Júri Popular contemplou os preferidos do público entre os longas e curtas-metragens exibidos dentro da programação.

Como Melhor Filme, foi eleito pelos cinco membro do Júri da Crítica o longa do Distrito Federal, A Cidade é Uma Só, de Adirley Queirós. “Pela empatia que flui de seus personagens, pela relação poética que o filme estabelece entre eles, pelo modo de articular passado e presente, histórico e político, no cotidiano de moradores da periferia de uma cidade grande”, justificou José Carlos Avellar, que subiu ao palco representando o Júri da Crítica.

Com a simplicidade que conquistou o público na apresentação do filme e durante o debate que ocorreu na Mostra, Adirley Queirós foi direto nos agradecimentos: “Fiquei muito emocionado com a recepção do público. Massa demais, pessoal. Obrigado!”

Já o Júri Jovem elegeu, como Melhor Filme da Mostra Aurora, o documentário carioca HU (mixado no estúdio do CTAv através de inscrição no site), de Pedro Urano e Joana Traub Cseko. “Mergulhamos em uma experiência sensorial que dialoga com outras artes em prol de uma potência estética e politica. Majestade e decadência, beleza e ruína, dignidade e negligência, concretude e artifício: dualidades que constituem a expressividade de um espaço órfão. A partir das vozes silenciadas pelo descaso, espectros ganham materialidade cinematográfica e expressão politica. Surge na tela um prédio povoado por patologias e incertezas, sintomas de um país doente”, explicou o Júri Jovem em seu texto de entrega do prêmio.

Pedro Urano afirmou a surpresa de ganhar o Troféu Barroco com um documentário sobre um prédio modernista, enquanto Joana Traub Cseko agradeceu o Júri Jovem pelo voto: “O filme é sobre isso mesmo, a relação entre arte e política, e que bom que essa nova geração entendeu e se interessa por essas questões”.

Já entre os 10 títulos que compunham a Mostra Foco, a seleção competitiva dos curtas da Mostra Tiradentes, foi eleito como Melhor Curta Quando Morremos à Noite (contemplado com uma cópia em película através do Prêmio CTAv), de Eduardo Morotó, do Rio de Janeiro, “pela delicada construção de uma afetividade entre os personagens, pela concisão da narrativa, pela precisão da mise-en-scène apoiada na expressividade dos corpos dos atores, pela íntima harmonia dos gestos com o cenário e a fotografia”, segundo Andrea Ormond, que representou o Júri da Crítica. “Tiradentes é um festival incrível e eu queria dedicar meu prêmio a toda à equipe e aos meus dois atores, que são atores de carne e osso”, agradeceu Eduardo Morotó.

Os vencedores da Mostra Aurora e Foco recebem, além do Troféu Barroco, prêmios em serviços e material para realização de sua próxima produção de empresas parceiras do evento. Já os vencedores do Júri Popular foram escolhidos a partir da votação do público após as sessões da Mostra. Entre os curtas-metragens, o vencedor do Troféu Barroco do Júri Popular foi L, de Thais Fujinaga, agraciado assim com o prêmio Aquisição Canal Brasil, que contempla o valor de R$ 15 mil e a exibição do filme na grade de programação. Entre os longas, foi escolhido pelo público da Mostra de Tiradentes como Melhor Longa o documentário O Mineiro e o Queijo, de Helvécio Ratton. “Dedico o prêmio a todos os produtores de queijo de Minas Gerais”, disse Denise Flores, que representou o diretor durante a premiação.

Fonte: Mostra de Cinema de Tiradentes