Na presença de artistas, produtores culturais e políticos, o presidente interino Michel Temer deu posse nesta terça-feira, dia 24, ao novo ministro da Cultura, Marcelo Calero.
Em cerimônia no Palácio do Planalto, acompanhado do ex-presidente da República José Sarney e dos ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Mendonça Filho (Educação), Temer apontou que a importância da cultura o fez rever a decisão e manter o Ministério da Cultura autônomo da pasta da Educação.
“Verifiquei desde os primeiros instantes que, na verdade, a Cultura era um setor tão fundamental para o País (…). Então, realmente, em um dado momento, eu percebi, em face dessa origem, e dos vários fatos que marcaram a minha vida, que a Cultura deveria ficar apartada da Educação”, afirmou Temer.
De acordo com ele, a indicação do até então secretário municipal de Cultura do Rio de Janeiro para o posto partiu do ministro da Educação, Mendonça Filho. “Foi o Mendonça Filho que me trouxe o Marcelo Calero para dirigir a área da Cultura, e eu verifiquei, desde os primeiros instantes, a profundidade com que ele tratava do tema, e sobremais, ainda fui verificar o que ele houvera feito no passado, e verifiquei que ele, no Rio de Janeiro, produziu um trabalho extraordinário, conseguiu reunificar todo o setor cultural, e deu-lhe grande desempenho”, afirmou.
Para o novo ministro da Cultura, Marcelo Calero, sua principal missão e desafio à frente da pasta, criada por Sarney em 1985, é a de valorizar a pluralidade brasileira. Para isso, pretende promover “um amplo, franco e produtivo diálogo com os mais diversos segmentos que estão no campo da cultura”.
“Reconhecer a importância da cultura é reconhecer o papel de todos aqueles que, como resultado de nossa singular trajetória de povo, criam e produzem representações. Os artistas são trabalhadores, que tecem entre contos, cantos, encenações, e tantos outros fazeres, os fios que desenvolvem a economia do nosso País e que nos sustentam enquanto nacionalidade”, destacou.
Segundo ele, a tarefa só será possível com a colaboração dos servidores do Ministério da Cultura (MinC), “que serão respeitados e valorizados”. “Juntos, formularemos uma política pública consistente, democrática, progressista, que seja capaz de dar abrangência e capilaridade às ações do nosso Ministério. Nesse contexto, também zelaremos pelo fortalecimento institucional do Ministério e de todas as suas vinculadas”, acrescentou.
O ministro da Cultura disse ainda que aprendeu a ter, na busca pela conciliação, mais do que uma tarefa, um verdadeiro propósito de vida. “Serei o ministro, portanto, do diálogo, da ampliação da participação social, da busca de soluções que sejam fruto do debate e do entendimento, sempre respeitados os contornos do convívio democrático e, novamente, de uma gestão republicana e eficiente. Vamos construir um caminho de verdade, competência e transparência”.
“Minha gestão pretende preservar conquistas, aprofundar políticas exitosas, garantindo a continuidade das ações reconhecidas e pautadas pelo Plano Nacional de Cultura e criar novos programas”, continuou.
Calero também ressaltou que, em sua gestão, os mecanismos de financiamento deverão ser aprimorados, incluindo questões como a regionalização e a territorialização nos investimentos. “O financiamento público é uma ferramenta imprescindível para que a cultura cumpra sua tarefa elementar de sustentação da nacionalidade, permeando, entre bens tangíveis e intangíveis, o cotidiano e o campo simbólico de nossa gente”, acrescentou.
Em seu discurso, Calero assinalou sua visão de cultura como ativo estratégico para o desenvolvimento do país e potencialidade para parceria com ministérios, em especial o de Relações Exteriores e o da Educação, valorizando demandas de pessoas com deficiência e respeitando a diversidade brasileira, onde não cabem discursos e práticas de ódio, racismo, machismo, homofobia, xenofobia e outras formas de segregação.
Fonte: Camila Campanerut – Assessoria de Comunicação/Ministério da Cultura