TRANS-TV é uma instalação audiovisual que propõe a fusão dos universos ‘dentro’ e ‘fora’ da TV e defende a arte como resposta política vigorosa. Dois atores, Sylvia Prado (atriz do Teatro Oficina) e Samuel de Assis (Teatro Oficina, João Falcão), vivenciam 11 personagens durante 70 minutos. O cenário de TRANS-TV é pouco naturalista e foi concebido como uma escultura a partir de materiais de construção utilizadas no espaço público urbano. No palco, longas chapas de ferro servem de base para a atuação e uma tela dobrável recebe projeções de vídeo e mixagens ao vivo feitas pelo VJ e diretor Felipe Ribeiro com imagens das mais diversas origens. Ricardo Cutz (Hapax) assina a trilha sonora.

TRANS-TV é o primeiro espetáculo teatral a estrear no Sérgio Porto depois que a Secretaria de Cultura do Rio de Janeiro prometeu alugar equipamentos para os teatros municipais e assim viabilizar os espetáculos emergencialmente. A produção foi custeada por meio do sistema PIPAC, uma campanha de cotas de apoio criada pelo diretor para pessoas físicas ficarem sócias da peça e compartilharem da bilheteria.

Intervenção Teatral Multimídia TRANS-TV: um artista é convidado para elaborar uma campanha eleitoral e vira a cena do avesso – afirma que a televisão mudou e desafia a candidata a acompanhar. A transformação na proposta de linguagem a atinge em cheio. Ela percebe que ‘querer’ fazer não pode ser dissociado de ‘poder’ fazer. A reviravolta na estratégia da campanha impõe uma mudança de foco – agora só é permitido falar concretamente sobre o que é de fato viável, ainda que sejam promessas. TRANS-TV intercala quatro programas de televisão com esta linha narrativa principal: “Programa de Domingo” onde apresentadores de pelúcia abordam a sexualidade para família; um capítulo da novela amorosa “O Nietzscheano e a Trepadeira”; um telejornal; e “Duelos”, um programa de jogos linguísticos.

TRANS-TV, afinal se interessa pela contaminação da arte na política e da política na arte, estimulando uma política que seja primordialmente propositiva. Da mesma forma, pouco interessa saber se a televisão é ou não a má consciência do mundo-cão. Prefere-se trabalhar, por exemplo, o sexo e a política, termos tão Foucauldianos quanto televisivos. Menos pela ironia e mais pela nossa feliz capacidade de desejar.

PIPAC: uma forma de financiamento que permite investimentos em pequenas cotas para alavancar a produção independente de arte. O PIPAC não conflita com nenhum outro programa de investimento, tais quais as leis Rouanet e do ICMS. Para participar acesse o PIPAC

Serviço:

TRANS-TV

Espaço Cultural Sérgio Porto

Sábados 20h30

Domingos 20h

Ingressos: R$ 20,00

De 07 a 29 de março

Texto e direção: Felipe Ribeiro. Com Samuel de Assis e Sylvia Prado. Intervenção teatral multimidia onde 2 atores vivenciam 11 personagens para construir uma campanha política televisiva.

FICHA TÉCNICA:

Produção  Executiva  – Felipe Ribeiro

Texto, Direção e VJ – Felipe Ribeiro

Elenco – Samuel de Assis, Sylvia Prado

Produção Assistente – Fernanda Boechat

Preparação Corporal – Calixto Neto

Iluminação – Lara Cunha

Trilha Sonora – Ricardo Cutz

Videografia – Joaquim Castro e Alexandre Gwaz

Cenografia – Felipe Ribeiro e Maurício Borges

Programação Visual – Felipe Ribeiro e Maurício Borges